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quarta-feira, 2 de março de 2011

Para ser todo de Deus


Guardai bem estas três regras de conduta que vos dito:

A primeira é fazer tudo para agradar a Deus. Seja essa a vossa intenção geral e particular nas ações. Esta regra vale antes como sentimento do que como pensamento atual. A intenção geral basta; quando, todavia, surgir algo de mais penoso a cumprir, um sacrificio que custa, então a intenção particular faz muito bem à alma.

Agradar a Deus é amar o que ele ama, querer o que ele quer, e também rejeitar todo o mal.

A segunda regra é entregar-se a tudo com espírito de simplicidade, isto é, fazer todas as coisas com espírito de liberdade interior, preso a tal só na medida que Deus o quiser; com espírito de paz, fazendo todas as coisas com ordem, uma após outra, com moderação, com paciência; trabalhando para fazer tudo bem, e não para ver-se livre. Tomai por modelo a criancinha que faz tudo por obediência e não se apega a nada.

A terceira regra é viver um pouco mais em Deus, como centro, e então nada vos há de estorvar, nem dissipar. Acompanhar-vos-á o sentimento da Presença de Deus, que tudo vivifica e tudo vê, dirigindo a alma em seus caminhos.

Que o coração seja sempre todo de Deus, pela pureza de intenção, pelo afeto, pela confiança em sua Divina Misericórdia. Fazei amiúde aspirações de amor ao divino Mestre. Essas aspirações são para a alma o que a respiração é para o coração; são-lhe vida.

Sem reserva nem divisão

Ah! sede todo de Nosso Senhor, como ele é todo vosso. Não haja reserva alguma no dom, divisão alguma no coração, centro algum, senão a sua adorável e sempre amável Vontade.

Pode, quem conhece bem a Jesus, comparar-lhe algo? Pode, quem degustou as delícias de seu Amor, viver sem ele? Nunca! Seria demasiada desgraça. Que felicidade para vós poder ser desse bom Mestre e querer estar sempre com ele! Tal escolha é superior a todas as coroas e às mais belas posições no mundo.

Rico é aquele de quem é todo o bem. Sede como a criança que sente, ama e agradece.

Não vos mireis no espelho do amor-próprio, assustar-vos-íeis. Nem no das criaturas, teríeis medo; nem na balança do mérito, pois a pobreza levaria vantagem; nem nas falsas luzes das palavras humanas.

Coragem! O mais belo sacrifício oferecido a Nosso Senhor Jesus Cristo é o “eu”; a mais bela homenagem, o coração; a mais bela coroa, a da flor matutina que se abre ao sol nascente e se fecha ao pôr-do-sol.

A melhor parte com Maria
Sede sempre toda de Nosso Senhor, a exemplo da Santíssima Virgem. Quão belo em Pureza, quão bom em Bondade, quão santo é aquele para quem a vontade de Deus é a lei única da vida! Servi regiamente a esse bom Rei! Não é justo que ele tenha almas grandes aos olhos do mundo, almas a quem o século deseja seduzir?

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