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segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

“SANTARÉM, Portugal, ano 1247”


Entre os anos 1225 e 1247, havia uma mulher em Santarém que se sentia muito infeliz, porque o seu marido lhe era infiel, mantendo relações com outras mulheres. Querendo salvar o seu casamento, ouviu a sugestão de pessoas amigas e foi procurar a orientação e o serviço de uma feiticeira. A bruxa lhe prometeu sucesso, dizendo que ia mudar a conduta de seu marido, isto se ela

seguisse as suas recomendações. Para fazer o seu "trabalho", a feiticeira pediu a mulher que trouxesse uma Hóstia Consagrada.

Diante do espanto da cliente, a feiticeira lhe instruiu dizendo que fingisse uma enfermidade e comunicasse a sua doença a Igreja, assim ela seria autorizada a receber a Comunhão durante a semana e teria a oportunidade de levar a Hóstia Consagrada para ela realizar o trabalho. A mulher ficou aterrorizada, porque sabia que a solicitação da feiticeira era um sacrilégio. Por isso, permaneceu em silêncio. E sem falar nenhuma outra palavra, saiu da presença da bruxa e por longo tempo não voltou, estava sempre pensando naquele estranho pedido.

Por fim, imaginando a possibilidade de converter o marido e alcançar a sua sonhada felicidade, a qual buscava para a sua vida matrimonial, decidiu acolher o pedido da bruxa e para isso, inventou uma grande mentira. Contou ao sacerdote que estava muito doente e precisava receber JESUS no Santíssimo Sacramento. O pároco concedeu a licença especial e ela foi receber a Sagrada Comunhão na Igreja de São Esteves.

No momento da Comunhão, estava visivelmente emocionada e com um imenso drama de consciência, porque sabia e tinha noção da gravidade do pecado que estava praticando.

Ao receber JESUS Sacramentado na língua, não consumiu a Hóstia. Guardou-a e deixou a Igreja imediatamente, seguindo em direção a casa da feiticeira. Contudo a Partícula Sagrada começou a sangrar.

Várias pessoas que passavam por ela na rua, notaram manchas de sangue em sua roupa e pensaram que ela estivesse com algum problema de saúde, talvez com uma hemorragia... Diante do acontecido, o medo tomou conta de seu coração. Decidiu não continuar com o projeto.

Levou a Hóstia Consagrada para a sua casa, envolveu-a num lenço bem limpo e completou a proteção com um tecido de linho branco. Depois, a colocou num baú que possuía no quarto de casal.

Todavia, durante a noite ela e o marido foram acordados por uma radiação clara e luminosa que vinha do baú e iluminava inteiramente o quarto. Espantados e comovidos, viram dois Anjos abrirem o baú e libertarem NOSSO SENHOR EUCARÍSTICO daquela prisão. Sem palavras e admirados com aquele fato, viram a pequena Hóstia branca bem no meio do lenço aberto.

E diante daquela realidade, chorando e arrependida pelo pecado, a esposa contou ao marido a verdade sobre o acontecido. Ambos chorando e emocionados passaram a noite de joelhos rezando diante NOSSO SENHOR EUCARÍSTICO, suplicando perdão por aquele terrível desatino. Em estado de vigília e adoração ali permaneceram. Na manhã do dia seguinte, apareceram diversas pessoas na residência do casal. Informaram que passavam pela rua e foram atraídas por lampejos e brilhos como se fossem pequenos relâmpagos, que saíam do telhado da casa. Repletas de curiosidade, aproximaram do local e entraram, para saber o que estava acontecendo.

Foi então que conheceram o fato, narrado pela voz emocionada do casal. Assim, testemunharam o notável milagre que acontecia. Um padre foi convidado a comparecer. Depois de conhecer os fatos, levou a Hóstia Consagrada em procissão até o Sacrário da Igreja. Por ordem superior, a Partícula foi colocada em cera de abelha e lacrada num recipiente. Dezenove anos depois aconteceu outro milagre com a mesma Hóstia.

Outro sacerdote abrindo o Tabernáculo, notou que o recipiente cristalino coberto de cera que guardava a Hóstia, estava com o lacre quebrado e a Partícula Sagrada se transformara em Sangue do SENHOR, que estava visível dentro do recipiente cristalino fechado. As autoridades eclesiásticas em respeito ao fato e objetivando homenagear a Manifestação Divina, encomendaram um precioso Relicário onde colocaram o Milagre, que se mantém na Igreja do Santo Milagre, a visitação e veneração dos fieis. Desde aquela época até hoje, todos os anos, no segundo domingo do mês de Abril, o Relicário em procissão, percorre as ruas de Santarém, até a casa onde morava aquela mulher. Na mencionada casa, transformada em Capela Diocesana, construíram um bonito e respeitoso Altar.

Milagre Eucarístico de Orviedo-Itália / Origem da Festa de Cospus Christi

A solene festa e procissão de Corpus Christi tem uma história de mais de 6 séculos. A comemoração teve início em 1263, na cidade de Orviedo, na Itália. A solenidade está relacionada com o Milagre Eucarístico da cidade italiana de Bolsena.

Um sacerdote, Pedro de Praga, vivia angustiado por dúvidas sobre a presença real de Cristo na Eucaristia. Não conseguindo livrar-se desta questão, resolveu fazer uma peregrinação à Roma para rezar nos túmulos de São Pedro e São Paulo e pedir o dom da fé. Passando por Bolsena, o sacerdote resolveu celebrar uma missa. Mesmo estando no altar, o religioso continuava cheio de dúvidas.

Chegando a hora de partir a hóstia, após a Consagração, algo inesperado aconteceu. O Milagre Eucarístico de Bolsena surpreendeu a todos os presentes. A hóstia branca havia se transformado, milagrosamente, em carne viva. Entre as mãos trêmulas do sacerdote respingava sangue vermelho manchando sua roupa e as pedras do altar, contudo as mãos dos padres não haviam sido manchadas, porque a parte da hóstia que estava entre os seus dedos havia conservado o aspecto de pão ázimo.

O sacerdote, então, levou a hóstia milagrosa e as peças manchadas com preciosíssimo sangue para a sacristia e tratou de avisar as autoridades eclesiásticas. O Papa da época, Urbano IV, pediu aos bispos para que trouxessem a hóstia e o corporal até Orviedo. Então, ele mesmo, acompanhado de sua corte e do povo, foi receber o bispo que estava trazendo os objetos milagrosos na ponte do Rio Claro na entrada da cidade. Daquela ponte, o cortejo seguiu em procissão para a Catedral de Santa Prisca. Esta foi considerada a primeira Procissão do Corporal Eucarístico, que depois se estendeu a todo mundo católico com o nome de procissão de Corpus Christi.

Um ano depois o Papa Urbano IV lançou o novo preceito sobre a festa de Corpus Christi que dizia: Na quinta-feira após a 8ª de Pentecostes de cada ano se celebrará uma festa com extraordinária solenidade em honra do Corpo do Senhor

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